12/19/2006

esta dor de um grito que nunca deixará de ecoar no meu âmago, na minha alma.

sinto a minha vida nos pulsos.. tenho vontade de a cortar..

serei eu mais livre, penso..

11/21/2006

Perdi toda a tua presença no minuto a seguir a dança dos corpos. Uma uma tensa e densa sensação de repulsa invade me depois da nossa partilha..o desejo de não te ter ali a meu lado, na mesma cama.. no mesmo espaço de tempo... uma enorme vontade de gritar e expulsar o pouco que sobrava de ti .. de nós..
Tudo aquilo me enojava.. me dava asco...as tuas coisas espalhadas pelo chão do quarto...com as minhas.. projectavam me brutalmente contra paredes mentais que se moviam em efeito iman .. esborrachando todos os meus sentidos.


(peço atenção para o ponto final da última frase..tenho poucos..incompetências ..)

.. falarei nisto noutra ocasião.. não me apetece pensar mais neste assunto por hoje..

P.S. estou feliz pelo meu ponto final.. não tinha tido nenhum esta semana..

11/20/2006

recordo me de ser feliz em cima do telhado da tua casa..
contornar a lua com o dedo
e perder a conta das estrelas








sinto falta do espaço entre os nossos lábios..
de encostar o meu olho ao teu e pestanejarmos sem parar
ate sentir o voo de borboletas..

tenho saudades do teu col0 M.

11/17/2006




.. tenho tantas histórias para te contar..

*

..Amélie's only refuge is the world she makes up.
In that world, vinyls are made the same way as pancakes,
and the neighbour's wife, who has been in a coma for months,
just decided to do all her sleeping at once.
-This way, I'll stay awake night and day for the rest of my life.
-Amélie's only friend is called "the Cachalot".
But the atmosphere at home turned it into a neurasthenic and suicidal fish.
-Since these suicide-attempts only increased her mother's stress,
a decision is taken .
-ENOUGH !!!
-In order to comfort Amélie,
her mother gives her a second-hand Kodak.
-What have you done?
-A neighbour makes her believe that her camera causes accidents to happen.
(...)
Jean-Pierre Jeune

P.S.para ti maninha..Amo-te tudo pegado..:)

11/06/2006

Rua da Saudade

... espio te através dos meus óculos feitos do papel dos deliciosos

bombons Flocos de Neve...

(shh.. rebentei a bolha em busca de ar.. subi ao mais alto ramo e enchi os meus pulmões... lá do cimo, vi-te dançar entre os andaimes de luz.. que vontade em me atirar... abrir asas .. e voar-te..

mas os pés decidiram parar antes que se perdessem de vez..


saudades tuas Amiga M....)

10/23/2006

Untitled.

P.S.
Outro risco na fronha da minha almofada...

Distraio-me com a sombra da minha mão na folha de papel de tom perfumado...
Enquanto brinco de faz-de-conta com o xadrez do meu lençol, penso em ti escondida.
A primavera fica-te bem, grávida de sorrisos e de voos alucinantes.
no esforço da subida..sinto borboletas com coreografias mal preparadas.. na barriga..
As nossas conversas são bolas de sabão ue se tocam no ar em danças envergonhadas e rebentam como milho de pipoca..
...amor circense.. faz-me feliz..faz-me sonhar... cambalhotas no céu, pratos seguros por pausinhos, domadores de leões barbudos.. pernas de pau gigantes
números de magia com cartolas.. dragões que cospem fogo..
Aplausos frenéticos..gargalhadas compulsivas...

encosto o meu nariz vermelho e redondo..ao teu..nariz redondo e vermelho.. e adormeço.. :)

10/21/2006

We See Things as wE arE

...mar existe nas montanhas, nas dunas de neve, nas florestas e até no deserto...
velo o teu corpo...


...tenho a tua praia na minha mão...


Abrindo asas sobre o teu mundo, voo-te descrevendo o teu corpo...





...as rugas do teu rosto ferem o meu...


...deixo-me perder em ti...





...o prazer era Deus e Diabo ao mesmo tempo....


...corpo descascado, em carne viva, dorido .. vinda do fundo da terra molhada... trincada... mastigada..devorada, aos poucos..





...de onde nunca mais se regressa ou então nunca mais se volta igual...
eu fui e nunca mais soube voltar...






"Nós temos cinco sentidos: são dois pares e meio d'asas."



David Mourão Ferreira



...if I could BE who you wanted

all the time...



P.S. um dia com muitas borboletas.. :)

10/17/2006

Um Deus sem umbigo



Hoje o tempo dói.

Tenho a minha alma inquieta...de novo...os demónios interiores..sei que não matam...mas moem...
Pedi-te para me guardares na tua mão..
Confiei-te tudo o que me pertencia..
Larguei-me em ti de olhos fechados..
Recordo como me voavas, pousavas... sossegavas...

Dói a ausência de ti nas palavras que escrevo..

O teu corpo era Deus. O meu Deus.
A tua existência alimentava-me a boca ..o coração.
Partilho, agora, a minha Praça com estes milhares de fantasmas que me interrompem o sentido .. o equilibrio..sem capacidade de acção autónoma..

Tudo em mim foi silenciado..

HEi...tu aí...
como escrevo um grito?!!

Dói estar longe de ti.

10/11/2006

Vi-me no outro lado do mundo contigo..

Questiono me sobre mim mesma, e não chego a qualquer conclusão minimamente plausível. Contemplo discretamente o palco que me envolve, sou mais um actor perdido, que se joga no mundo do imprevisto...

...

um dos meus fantasmas..elouqueceu de vez...morreu de tanto rodopiar..

...
A noite abre-se sobre mim, imensa, com todo o eco dos sonhos..no meio de todas as cores que só existem dentro da minha mente..a tua existencia manifesta-se em grande plano..a luz do nosso farol centrada em ti..lembro me do que tinhas vestido..umas collans de riscas pretas e brancas pelo joelho..
estou dentro de ti..alimento-me do teu corpo, mas não o identifico como comida..
envolvo-me com os teus sons.. sabores.. cheiros..
toquei no teu umbigo e senti o ventre do mundo..

10/02/2006

Pensava ser do teu Tamanho... que ousadia


Pensei que as nossas mãos eram feitas para se darem;
compreendia-te pelo teu modo de respirar;
a perfeição do teu umbigo...o centro do nosso mundo paralelo...nele via todas as respostas á minha existência.
Como fui feliz encostada ao teu ventre...
A minha vida sentou-se ao lado da tua, decidida a não mais trocar de lugar; eras o meu sítio, a minha rua, a minha janela, a minha pele....
recordo as coisas íncriveis que ouvi do teu corpo; os nossos cantinhos de luas e de estrelas; a perfeição com que nos pertenciamos; eramos um do outro..eras eu e eu tu..
Pensei que os nossos sexos eram feitos para se amarem;
eramos orlas de fogo, saltos mortais, loucos trapezistas, poesias do abstracto, abraços espirais e profundos...as nossas línguas se buscavam ...se amavam..
Pensava ser do teu tamanho... que ousadia...

9/10/2006


Gosto do teu ar, do teu olhar, da tua forma de andar, das tuas mãos guardadas nas minhas, gosto de te cheirar, de te sentir, de me calar para te ouvir, de me deitar ao teu lado para dormir e acordar, e depois espreguiçar-me e levantar, e rir e dançar e cantar e cada dia outra vez um novo dia a sonhar.
e cada minuto que passa sei que é só mais uma etapa na minha espera, por isso espero calada e feliz, e nas letras que transformo em palavras imagino a cor e o sabor deste amor, deixo me levar, crescem me asas e de repente desato a voar, voar...
abre as mãos e o peito, deixa me ficar para sempre lá dentro, guarda me em ti espera sem esperar a cada dia que passar que este meu amor imenso, doce e intemporal resista ao tempo, ao medo ao mundo, resista a tudo e não precise de mais nada a não ser de Ti, tu que és o principio e o fim, tu que és o meio de tudo, que atravessas a vida de mão dada comigo, tu de quem eu gosto gosto gosto....

8/02/2006

Lembro me de olhar para cima e ter a impressão de ver Deus colado no tecto do quarto. Deus devia ser aquele reflexo sob o qual se abrigavam os nossos corpos depois do sexo.
Ele não tinha limites...era o espaço, o tempo e a ideia por dentro do qual o prazer era a soma de todas as sensações puras e transparentes.
Os membros tinham deixado de obedecer ao comando do cérebro., não sabia em que direcção se encontravam as minhas pernas e braços.
O meu paraíso era e estava naquele quarto numa indefinição de contornos que fazia com que eu me esquecesse de mim mesma.
Despidas, desfeitas entre lençois, com todos os movimentos preenchidos e libertos, no remoinho de gestos e contradições enchiamos a noite...perto do ponto em que tudo era concebido...

7/15/2006

L´Origine du monde de Gustave Courbet



quero voltar a sentir o conforto uterino..
penso muitas vezes nesta imagem..hoje foi um desses dias... ela transporta me para a ideia de loucura..não a loucura que nos arrasta para a perdição mas aquela que nos salva deste mundo doente; aquela que nos eleva ao mais puro e inocente lugar.Dou por mim muitas vezes assim.. na loucura por si mesma..entrego me a ela e deixo-me levar...deixo-me ir.
Fecho os olhos e deixo me flutuar como se fosse um balão de ar. Páro o tempo e deixo de me situar.
Os sentidos tomam-me, possuem-me por completo. Encontro, por fim, a Paz. A paz que tanto procuro e anseio.
Deslumbro a nudez de todo o universo onde a perfeição da simplicidade me invade e me acrescenta. Deixo de pertencer e passo a ser. Sou. Sou o universo, sou parte dele. Sou dele. Quero voltar para o o conforto uterino...