10/23/2006

Untitled.

P.S.
Outro risco na fronha da minha almofada...

Distraio-me com a sombra da minha mão na folha de papel de tom perfumado...
Enquanto brinco de faz-de-conta com o xadrez do meu lençol, penso em ti escondida.
A primavera fica-te bem, grávida de sorrisos e de voos alucinantes.
no esforço da subida..sinto borboletas com coreografias mal preparadas.. na barriga..
As nossas conversas são bolas de sabão ue se tocam no ar em danças envergonhadas e rebentam como milho de pipoca..
...amor circense.. faz-me feliz..faz-me sonhar... cambalhotas no céu, pratos seguros por pausinhos, domadores de leões barbudos.. pernas de pau gigantes
números de magia com cartolas.. dragões que cospem fogo..
Aplausos frenéticos..gargalhadas compulsivas...

encosto o meu nariz vermelho e redondo..ao teu..nariz redondo e vermelho.. e adormeço.. :)

10/21/2006

We See Things as wE arE

...mar existe nas montanhas, nas dunas de neve, nas florestas e até no deserto...
velo o teu corpo...


...tenho a tua praia na minha mão...


Abrindo asas sobre o teu mundo, voo-te descrevendo o teu corpo...





...as rugas do teu rosto ferem o meu...


...deixo-me perder em ti...





...o prazer era Deus e Diabo ao mesmo tempo....


...corpo descascado, em carne viva, dorido .. vinda do fundo da terra molhada... trincada... mastigada..devorada, aos poucos..





...de onde nunca mais se regressa ou então nunca mais se volta igual...
eu fui e nunca mais soube voltar...






"Nós temos cinco sentidos: são dois pares e meio d'asas."



David Mourão Ferreira



...if I could BE who you wanted

all the time...



P.S. um dia com muitas borboletas.. :)

10/17/2006

Um Deus sem umbigo



Hoje o tempo dói.

Tenho a minha alma inquieta...de novo...os demónios interiores..sei que não matam...mas moem...
Pedi-te para me guardares na tua mão..
Confiei-te tudo o que me pertencia..
Larguei-me em ti de olhos fechados..
Recordo como me voavas, pousavas... sossegavas...

Dói a ausência de ti nas palavras que escrevo..

O teu corpo era Deus. O meu Deus.
A tua existência alimentava-me a boca ..o coração.
Partilho, agora, a minha Praça com estes milhares de fantasmas que me interrompem o sentido .. o equilibrio..sem capacidade de acção autónoma..

Tudo em mim foi silenciado..

HEi...tu aí...
como escrevo um grito?!!

Dói estar longe de ti.

10/11/2006

Vi-me no outro lado do mundo contigo..

Questiono me sobre mim mesma, e não chego a qualquer conclusão minimamente plausível. Contemplo discretamente o palco que me envolve, sou mais um actor perdido, que se joga no mundo do imprevisto...

...

um dos meus fantasmas..elouqueceu de vez...morreu de tanto rodopiar..

...
A noite abre-se sobre mim, imensa, com todo o eco dos sonhos..no meio de todas as cores que só existem dentro da minha mente..a tua existencia manifesta-se em grande plano..a luz do nosso farol centrada em ti..lembro me do que tinhas vestido..umas collans de riscas pretas e brancas pelo joelho..
estou dentro de ti..alimento-me do teu corpo, mas não o identifico como comida..
envolvo-me com os teus sons.. sabores.. cheiros..
toquei no teu umbigo e senti o ventre do mundo..

10/02/2006

Pensava ser do teu Tamanho... que ousadia


Pensei que as nossas mãos eram feitas para se darem;
compreendia-te pelo teu modo de respirar;
a perfeição do teu umbigo...o centro do nosso mundo paralelo...nele via todas as respostas á minha existência.
Como fui feliz encostada ao teu ventre...
A minha vida sentou-se ao lado da tua, decidida a não mais trocar de lugar; eras o meu sítio, a minha rua, a minha janela, a minha pele....
recordo as coisas íncriveis que ouvi do teu corpo; os nossos cantinhos de luas e de estrelas; a perfeição com que nos pertenciamos; eramos um do outro..eras eu e eu tu..
Pensei que os nossos sexos eram feitos para se amarem;
eramos orlas de fogo, saltos mortais, loucos trapezistas, poesias do abstracto, abraços espirais e profundos...as nossas línguas se buscavam ...se amavam..
Pensava ser do teu tamanho... que ousadia...