8/02/2006

Lembro me de olhar para cima e ter a impressão de ver Deus colado no tecto do quarto. Deus devia ser aquele reflexo sob o qual se abrigavam os nossos corpos depois do sexo.
Ele não tinha limites...era o espaço, o tempo e a ideia por dentro do qual o prazer era a soma de todas as sensações puras e transparentes.
Os membros tinham deixado de obedecer ao comando do cérebro., não sabia em que direcção se encontravam as minhas pernas e braços.
O meu paraíso era e estava naquele quarto numa indefinição de contornos que fazia com que eu me esquecesse de mim mesma.
Despidas, desfeitas entre lençois, com todos os movimentos preenchidos e libertos, no remoinho de gestos e contradições enchiamos a noite...perto do ponto em que tudo era concebido...